Fertilização “in vitro”
A fertilização “ in vitro” (FIV) é uma técnica que consiste na remoção de oócitos do ovário da mulher para o meio laboratorial, onde estes vão ser fecundados por espermatozóides de um dador.
Em regra geral a “fertilização in vitro” engloba sete passos:

A execução desta técnica implica alguns procedimentos prévios tais como a estimulação ovárica através de gonadotrofinas nomeadamente de FSH . Esta estimulação vai levar a que vários oócitos se desenvolvam e adquiram o tamanho ideal para que posteriormente possam ser recolhidos. Durante a estimulação a paciente usará uma medicação (hormônio folículo-estimulante – FSH recombinante) Em um dado momento da estimulação, a paciente deverá fazer controles diários ou em dias alternados de Ultra-sonografia e dosagens hormonais (estradiol e progesterona), pois com isso saberá exactamente o melhor momento para marcar a remoção dos oócitos.

No momento em que temos pelo menos 2 folículos, cujo diâmetro médio é maior ou igual a 18 mm, faz-se a administração de hCG (gonadotrofina coriônica humana), por via intramuscular, e cerca de 34 a 36 horas após faz-se a captação dos oócitos II.

Existem algumas formas de fertilização do oócito II no laboratório como as seguintes:
1. ”Fertilização in vitro“: É colocado um oócito II para cada 100 a 150 mil espermatozóides dentro de um recipiente apropriado feito de plástico num meio de cultura específico, embora apenas um espermatozóide possa fecundar apenas um oócito II.
2. Injecção intra-citoplasmática do espermatozóide: (ICSI), ou seja, um único espermatozóide será injectado por uma microagulha dentro de cada oócito II disponível. A injeção de um único espermatozóide em cada óvulo maduro (em estado de metáfase II) é feita após a remoção dos mesmos para meios de cultura específicos.
Após a realização da fecundação dos oócitos II estes transformam-se em pré-embriões, sendo nesta altura verificada a sua qualidade através do número de células resultantes das divisões de cada embrião e da sua taxa de crescimento. Alguns factores como os meios de cultura, a temperatura e o pH do meio podem influenciar no bom desenvolvimento e na qualidade dos pré-embriões. Por isso eles devem ser mantidos em estufas especiais e sob condições também especiais de temperatura e pH. Depois de seleccionados os embriões de melhor qualidade, estes serão implantados no útero materno.
Fig7 Pré-embrião

Decorridas 48 a 72 horas após a fecundação, os embriões são colocados através de um tubo de plástico no interior do útero da mulher, este procedimento não exige que seja administrada anestesia. Após ter sido efectuado este procedimento, o ideal é que a mulher fique de repouso 24 horas e que não praticar exercício fisco exagerado, podendo depois retomar a sua rotina normal, inclusive ter relações sexuais.
Fig8 Transferência dos embriões para o útero

Após a implantação dos embriões no útero será necessário administrar hormonas, nomeadamente Progesterona, para facilitar a nidação.
A Progesterona também vai permitir a estimulação de secreções de substâncias nutritivas ao nível do endométrio que irão permitir a nutrição do embrião. A progesterona também irá relaxar o útero, evitando que este sofra contracções excessivas nessa fase, assim como também irá impedir a ocorrência de novos ciclos ováricos e uterinos, uma vez que irá inibir a produção de FSH e LH.

Doze dias após a implantação dos embriões no útero é feito o primeiro teste de gravidez, baseado na quantidade da hormona HCG no sangue. Uma concentração de HCG superior a 30 UI/ml evidência o resultado positivo da gravidez.
Fig9 Identificação do resultado do teste
Fig10 Teste de gravidez positivo

Quinze a vinte dias após se ter verificado a dosagem do beta-HCG positiva é feito um primeiro exame de ultra-som transvaginal para verificar a presença do saco gestacional e do embrião em desenvolvimento. Nesse momento é avaliado a gravidez e o embrião em desenvolvimento. É também verificado a quantidade de embriões que sofreram nidação, ficando implantados no útero.
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